CONTE COISA QUE SE CREIA
Meu avô materno, dono de um Hotel em Teresópolis, costumava
reunir os “coronéis da região” para um bom vinho, guloseimas gostosas e um bom
joguinho.
Nessas ocasiões, os “contadores de casos” proliferavam.
Entre eles, havia um tido como “meio mentiroso, contador de vantagens” e, só
acreditavam nele, quando ele chamava a seu favor, para confirmar o fato
narrado, seu leal empregado o Machadinho, tido por todos como homem sério,
honesto, muito íntegro.
E foi numa dessas ocasiões que o coronel Chico contou:
Estava
caçando quando avistei a caça bem próxima! preparei a espingarda, apontei, mas
me lembrei que só possuía uma bala. Fiquei quieto, aguardando a melhor
oportunidade e... zás! Peguei a caça pelo pé e pela orelha!
O grupo caiu na risada!
Conte
outra, essa não!
O “coronel Chico” não se perturbou e chamou o Machadinho, que
sempre o acompanhava, para mostrar como a caça havia sido apanhada. Com muito esforço,
o pobre empregado demonstrou a complicada posição e todos aplaudiram o
“coronel”.
Terminada a reunião, Machadinho, com todo o respeito,
chegou-se ao patrão e disse:
“Sinhôzinho
qué contá,
conte coisa Qui si creia;
Eu me vi intrapaiado
Pra juntá os pé com as zorelha
CRIME EM MADALENA
Dr. Nelson Pena
,importante médico de Niterói, que trabalhava no Hospital Azevedo Lima, filho
de Francisco Soares Pena, costumava passar suas férias em Madalena. Numa dessas
ocasiões, vindo para Madalena à cavalo, teve a surpresa de ser recebido por uma
tocaia, nos arredores da Serra da Grama. Na ocasião foi morto seu pai, na época
candidato a deputado pelo a deputado pelo PTB.
Passa o tempo, corre o progresso, existem vários implicados
e, afinal de contas, houve o júri.
Então, na virada do dia 30 de outubro de 1929, à meia noite
terminava a reunião do tribunal de júri que absolveu os criminosos. Um se
chamava Manoel Soares, posteriormente assassinado na Vargem do Imbé. Outro, que
era parente de pessoas de Madalena, foi morar em guapimirim.
Ainda no júri o juiz mandou os guardas fazerem revista em
Santiago Pena, filho mais velho da vítima, que abertamente dizia que ia se
vingar da morte do pai, mas não encontraram nenhuma arma.
E finalmente com o término do júri, na rua cheia de curiosos
ouviu-se uma voz gritar:
Maldito
júri de Madalena!
Era o Santiago que arrancando um revólver disparou três
tiros. Um pegou na fivela do correia de
um dos criminosos, Manoel Soares. O outro tiro pegou de raspão no outro
implicado e foi atingir o joelho de uma das pessoas que estavam assistindo ao
júri, Sr Edite Cascabulho.
No meio da confusão o Sr Antônio Torres Filho, pai de
Antoninho Dias Torres Jr., que estava lá, saiu correndo pela rua direita
abaixo. Ele que era completamente surdo, entra no bar de Rivaldo e diz assim:
Gente,
está acontecendo um tiroteio danado lá na porta da prefeitura, eu vim correndo
com medo de sobrar para mim. Já tem um caído, e tem mais ferido.Olharam para ele e disseram:
Mas o que
é isso na sua perna ? Era uma
bala que tinha atravessado a partemole da barriga de sua perna e ele nem
percebeu de tanto medo.
Eram advogados de defesa dos réus o Dr Ataliba Fajardo, Dr Melquides Picaço e o Dr Camilo Nogueira Gama, que também fugiram na hora do
tiroteio com medo de serem atingidos. Ataliba subiu a ladeira da Estação, veio
descer a rua Rodolfo Rodrigues e se escondeu na casa de João Americano, em
frente a casa de Anézio Feijó O Dr Melquides subiu correndo e entrou na casa
de Mário Vilinha, na rua Coronel Souza Lima e se escondeu embaixo de uma cama.
O Dr Camilo Nogueira correu, subiu em telhados e saltou no quintal do Hotel
Brás, em frente a prefeitura, bateu na porta e entrou encontrando inúmeras
pessoas que também buscavam fugir da confusão.
Batem na porta novamente, era o Dr Melquides Picanço
procurando por Dr Camilo:
Dr Camilo, o Ataliba sumiu, me examina por favor. Acho que estou ferido, olha aqui
atrás. Deve ser grave, este sangue fede..
CHACOTA DE JORNAL
Veio para Madalena um advogado chamado Dr Barbosa, doente
de pulmão para tratar-se com Dr Matos Pitombo. Após os cuidados administrados
pelo médico, o advogado ficou curado. Médico e advogado tornaram-se amigos a ponto
do advogado vir a enamorar-se e casar-se com a filha de Dr Matos Pitombo.
Deste casamento nasceram as duas filhas do casal: Maria José e Germana. O
advogado tornou-se jornalista em Madalena e criou o jornal “Correio de Madalena”. Nesta mesma época havia
em Madalena um outro jornal de Sacrovi de Lauro. Lauro Filho sempre escrevia em
seu jornal crônicas políticas que faziam criar polêmicas com Dr Barbosa. De um
lado Dr Barbosa apoiava a política vigente e do outro, Lauro Filho fazia suas
críticas.
Certa vez, por ocasião do aniversário de sua filha Betralda
de Laura, Lauro resolveu escrever um quadrinha para homenageá-la. Escreveu
assim:
Rosas, rosas, rosas
Rosas do meu jardim
Rosas, rosas, rosas
Rosas plantadas por mim.
A
quadrinha escrita por Lauro Filho além de ser muito vaga não fazia o menor
sentido como homenagem do aniversário da filha. Então, Dr Barbosa como
crítico, além da polêmica que mantinha com Lauro Filho, escreveu em seu jornal:
Rabicho, rabicho,
rabicho
Rabicho do meu selim
Rabicho, rabicho, rabicho
Posto no Lauro por mim.
EU NÃO QUER MAMAR
Antigamente
existia uma linha de ônibus aqui em Madalena que pertencia ao Sr. Arlindo.
Um dia, Cabeleia ( antigo morador do município) contou que
pegou este ônibus, indo com destino a Niterói.Quando o Ônibus passou pela
localidade de Manoel de Moraes, um casal fez sinal para ônibus. O ônibus parou e entrou um sujeito negro, alto e
forte, com uma mulher e uma criancinha de colo.Muito educado, Cabeleira
levantou-se de seu lugar para cedê-lo à mulher com a criancinha de colo.
Quase chegando em São Sebastião do Alto, a criancinha
começou a chorar.Com muita naturalidade a mulher tirou o seio e colocou na boca
da criança, que começou a mamar. Cabeleira disse que botou os olhos naquela
cena e ficou só observando.
O marido, já irritado com o olhar fixo de Cabeleira, disse:
Você
também quer mamar?
E Cabeleira respondeu:
Não,obrigado, acabei de chupar manga...
NEM TUDO QUE RELUZ É
OURO
Uma
moça muito rica, vinha sempre passar suas férias aqui em Madalena, convidada
por uma família muito importante. Era uma jovem muito vaidosa e que gostava de
ostentar sua riqueza em belíssimas jóias que não retirava nem para se banhar
nas águas do Rio Grande- coisa que ela mais gostava de fazer quando chegava em
Madalena Numa certa ocasião, quando veio para Madalena passar as férias, a
jovem perdeu um de seus mais belos e valiosos anéis durante um mergulho.
Convocou todos os serviçais e escravos da Fazenda para mergulharem a procura do
anel. Infelizmente, mesmo após muitas buscas, o anel não foi encontrado. Meses depois, ao
retornar para passar um final de semana, a jovem mergulhou nas águas do rio,
mas dessa vez sem nenhuma joia ainda lembrando do dia em que perdeu seu
belíssimo anel. Observava atentamente o movimento dos pescadores e de suas
redes, a luta dos peixes para tentarem se livrar da morte e as mulheres, que
cantando, aproveitavam a água do rio para limpar os peixes maiores, quando de repente se
surpreendeu com o grito da moça que havia perdido o anel:
Venham ver o que eu achei
A jovem, indagou dos presentes:
Adivinhem o que tem dentro do bucho do piau?
Eles responderam:
O anel de brilhantes.
E ela respondeu:
Não, “titica”.
CONTE COISA QUE SE CREIA
Meu avô materno, dono de um Hotel em Teresópolis, costumava
reunir os “coronéis da região” para um bom vinho, guloseimas gostosas e um bom
joguinho.
Nessas ocasiões, os “contadores de casos” proliferavam.
Entre eles, havia um tido como “meio mentiroso, contador de vantagens” e, só
acreditavam nele, quando ele chamava a seu favor, para confirmar o fato
narrado, seu leal empregado o Machadinho, tido por todos como homem sério,
honesto, muito íntegro.
E foi numa dessas ocasiões que o coronel Chico contou:
Estava
caçando quando avistei a caça bem próxima! preparei a espingarda, apontei, mas
me lembrei que só possuía uma bala. Fiquei quieto, aguardando a melhor
oportunidade e... zás! Peguei a caça pelo pé e pela orelha!
O grupo caiu na risada!
Conte
outra, essa não!
O “coronel Chico” não se perturbou e chamou o Machadinho, que
sempre o acompanhava, para mostrar como a caça havia sido apanhada. Com muito esforço,
o pobre empregado demonstrou a complicada posição e todos aplaudiram o
“coronel”.
Terminada a reunião, Machadinho, com todo o respeito,
chegou-se ao patrão e disse:
“Sinhôzinho
qué contá,
conte coisa Qui si creia;
Eu me vi intrapaiado
Pra juntá os pé com as zorelha
CRIME EM MADALENA
Dr. Nelson Pena
,importante médico de Niterói, que trabalhava no Hospital Azevedo Lima, filho
de Francisco Soares Pena, costumava passar suas férias em Madalena. Numa dessas
ocasiões, vindo para Madalena à cavalo, teve a surpresa de ser recebido por uma
tocaia, nos arredores da Serra da Grama. Na ocasião foi morto seu pai, na época
candidato a deputado pelo a deputado pelo PTB.
Passa o tempo, corre o progresso, existem vários implicados
e, afinal de contas, houve o júri.
Então, na virada do dia 30 de outubro de 1929, à meia noite
terminava a reunião do tribunal de júri que absolveu os criminosos. Um se
chamava Manoel Soares, posteriormente assassinado na Vargem do Imbé. Outro, que
era parente de pessoas de Madalena, foi morar em guapimirim.
Ainda no júri o juiz mandou os guardas fazerem revista em
Santiago Pena, filho mais velho da vítima, que abertamente dizia que ia se
vingar da morte do pai, mas não encontraram nenhuma arma.
E finalmente com o término do júri, na rua cheia de curiosos
ouviu-se uma voz gritar:
Maldito
júri de Madalena!
Era o Santiago que arrancando um revólver disparou três
tiros. Um pegou na fivela do correia de
um dos criminosos, Manoel Soares. O outro tiro pegou de raspão no outro
implicado e foi atingir o joelho de uma das pessoas que estavam assistindo ao
júri, Sr Edite Cascabulho.
No meio da confusão o Sr Antônio Torres Filho, pai de
Antoninho Dias Torres Jr., que estava lá, saiu correndo pela rua direita
abaixo. Ele que era completamente surdo, entra no bar de Rivaldo e diz assim:
Gente,
está acontecendo um tiroteio danado lá na porta da prefeitura, eu vim correndo
com medo de sobrar para mim. Já tem um caído, e tem mais ferido.Olharam para ele e disseram:
Mas o que
é isso na sua perna ? Era uma
bala que tinha atravessado a partemole da barriga de sua perna e ele nem
percebeu de tanto medo.
Eram advogados de defesa dos réus o Dr Ataliba Fajardo, Dr Melquides Picaço e o Dr Camilo Nogueira Gama, que também fugiram na hora do
tiroteio com medo de serem atingidos. Ataliba subiu a ladeira da Estação, veio
descer a rua Rodolfo Rodrigues e se escondeu na casa de João Americano, em
frente a casa de Anézio Feijó O Dr Melquides subiu correndo e entrou na casa
de Mário Vilinha, na rua Coronel Souza Lima e se escondeu embaixo de uma cama.
O Dr Camilo Nogueira correu, subiu em telhados e saltou no quintal do Hotel
Brás, em frente a prefeitura, bateu na porta e entrou encontrando inúmeras
pessoas que também buscavam fugir da confusão.
Batem na porta novamente, era o Dr Melquides Picanço
procurando por Dr Camilo:
Dr Camilo, o Ataliba sumiu, me examina por favor. Acho que estou ferido, olha aqui
atrás. Deve ser grave, este sangue fede..
CHACOTA DE JORNAL
Veio para Madalena um advogado chamado Dr Barbosa, doente
de pulmão para tratar-se com Dr Matos Pitombo. Após os cuidados administrados
pelo médico, o advogado ficou curado. Médico e advogado tornaram-se amigos a ponto
do advogado vir a enamorar-se e casar-se com a filha de Dr Matos Pitombo.
Deste casamento nasceram as duas filhas do casal: Maria José e Germana. O
advogado tornou-se jornalista em Madalena e criou o jornal “Correio de Madalena”. Nesta mesma época havia
em Madalena um outro jornal de Sacrovi de Lauro. Lauro Filho sempre escrevia em
seu jornal crônicas políticas que faziam criar polêmicas com Dr Barbosa. De um
lado Dr Barbosa apoiava a política vigente e do outro, Lauro Filho fazia suas
críticas.
Certa vez, por ocasião do aniversário de sua filha Betralda
de Laura, Lauro resolveu escrever um quadrinha para homenageá-la. Escreveu
assim:
Rosas, rosas, rosas
Rosas do meu jardim
Rosas, rosas, rosas
Rosas plantadas por mim.
A
quadrinha escrita por Lauro Filho além de ser muito vaga não fazia o menor
sentido como homenagem do aniversário da filha. Então, Dr Barbosa como
crítico, além da polêmica que mantinha com Lauro Filho, escreveu em seu jornal:
Rabicho, rabicho,
rabicho
Rabicho do meu selim
Rabicho, rabicho, rabicho
Posto no Lauro por mim.
EU NÃO QUER MAMAR
Antigamente
existia uma linha de ônibus aqui em Madalena que pertencia ao Sr. Arlindo.
Um dia, Cabeleia ( antigo morador do município) contou que
pegou este ônibus, indo com destino a Niterói.Quando o Ônibus passou pela
localidade de Manoel de Moraes, um casal fez sinal para ônibus. O ônibus parou e entrou um sujeito negro, alto e
forte, com uma mulher e uma criancinha de colo.Muito educado, Cabeleira
levantou-se de seu lugar para cedê-lo à mulher com a criancinha de colo.
Quase chegando em São Sebastião do Alto, a criancinha
começou a chorar.Com muita naturalidade a mulher tirou o seio e colocou na boca
da criança, que começou a mamar. Cabeleira disse que botou os olhos naquela
cena e ficou só observando.
O marido, já irritado com o olhar fixo de Cabeleira, disse:
Você
também quer mamar?
E Cabeleira respondeu:
Não,obrigado, acabei de chupar manga...
NEM TUDO QUE RELUZ É
OURO
Uma
moça muito rica, vinha sempre passar suas férias aqui em Madalena, convidada
por uma família muito importante. Era uma jovem muito vaidosa e que gostava de
ostentar sua riqueza em belíssimas jóias que não retirava nem para se banhar
nas águas do Rio Grande- coisa que ela mais gostava de fazer quando chegava em
Madalena Numa certa ocasião, quando veio para Madalena passar as férias, a
jovem perdeu um de seus mais belos e valiosos anéis durante um mergulho.
Convocou todos os serviçais e escravos da Fazenda para mergulharem a procura do
anel. Infelizmente, mesmo após muitas buscas, o anel não foi encontrado. Meses depois, ao
retornar para passar um final de semana, a jovem mergulhou nas águas do rio,
mas dessa vez sem nenhuma joia ainda lembrando do dia em que perdeu seu
belíssimo anel. Observava atentamente o movimento dos pescadores e de suas
redes, a luta dos peixes para tentarem se livrar da morte e as mulheres, que
cantando, aproveitavam a água do rio para limpar os peixes maiores, quando de repente se
surpreendeu com o grito da moça que havia perdido o anel:
Venham ver o que eu achei
A jovem, indagou dos presentes:
Adivinhem o que tem dentro do bucho do piau?
Eles responderam:
O anel de brilhantes.
E ela respondeu:
Não, “titica”.
PARA QUEM ACREDITA EM SACI...
Joaquim morava no Horto Frutícola de
Madalena e tinha uma filha que era tuberculosa. Muito triste com o estado de
saúde dela, Seu Quincas, como era conhecido, foi para Rancho da Paz com uma
turma grande, a fim de se distrair um pouco. Algum tempo depois de Ter saído,
sua filha faleceu e mandaram um empregado de nome Ari ir ao encontro de Seu
Joaquim, no rancho onde ele ia passar a noite para entregar-lhe um bilhete avisando
que a filha havia morrido. Neste
ínterim, no Rancho da Paz, os homens reunidos contavam casos sobre saci. Seu
Joaquim disse assim: --
Vocês são bobos mesmo. Ficam com medo de história de saci. Saci foi um
personagem criado por Monteiro Lobato, não existe! -- Seu Joaquim, não abusa,
não- disse um dos homens. Joaquim,
desafiante, chegou na porta e gritou: -- Saci !
Saaaciiiii !
Os homens todos pediam para ele parar com
aquela gritaria, pois era perigoso, mas ele continuava. Na mesma hora,
do meio da mata ouviu-se um grito: -
-
Oooooiiiiiii !
Aí, o
pessoal ficou com medo. Uns encontraram embaixo da tarimba, outros se tapavam
com cobertores. Seu Joaquim ainda não acreditando no que estava acontecendo,
gritou de novo:
-- Saci !
Saaaciiiiii !
E a
resposta veio do outro lado do córrego:
Ooooiiiii,
patrão, to chegando ! Quando Ari
atravessou o rio e encontrou os amigos, ficou muito atrapalhado. Joaquim estava
petrificado como uma estátua, os homens tinham desaparecido e Ari ficou parado
também, com o braço esticado para lhe entregar o bilhete.
EMBARALHANDO ESQUERDA
COM DIREITA
Meu avô paterno, então Major do Exército, servia com o
General Rondon na abertura de estradas pelos sertões bravios do nosso Brasil.
Lá pelas tantas, acamparam. Aparece, então, a ordenança de meu avô, bastante
transtornado:
Major, não aguento mais! O Cabo Sampaio não
consegue entender a mais simples ordem, não sabe o que é direita ou esquerda!
Chame o Cabo
Sampaio aqui. Eu cuido disso, disse vovô.
E, com muita calma e paciência, foi dando ao Cabo Sampaio as
noções de esquerda e direita, que, eufórico, parecia entender tudo.
Vovô já ia dando a “aula” por encerrada, quando resolveu,
meio desconfiado, fazer o último teste.
Cabo, preste
muita atenção. Este é o último teste para que eu possa considerá-lo apto!
E girou seus braços e mãos vigorosamente.
Agora diga
Cabo Sampaio, qual é o meu braço direito e qual o esquerdo?
Major, me
desculpa, mas agora não dá. O senhor baralhou tudo...!!
Eu tinha uns 13 para 14 anos, quando um tio meu de São
Gonçalo veio passar uns dias de férias em Madalena, comigo e minha mãe. Fazia
uma bela noite de lua cheia e ele disse:
Ah, que vontade de matar a saudade de caçar tatu. Vamos
comigo, meu sobrinho, a gente arranja um cachorro para ir junto?
E eu disse:
Vamos sim, meu tio, a noite de lua ta muito boa para caçar tatu, e esse cachorro é um
excelente caçador. Só não pode bobear porque ele mata tatu à toa, destrói nem
deixa a gente comer ...
Então , resolvemos ir. Arrumamos as coisas para a caçada,
enxadão, lamparina e tudo mais. A lua estava cheia e linda. Quando já íamos
saindo, minha mãe falou:
Filho não vá de relógio, não. Deixa ele aqui em casa.
O relógio era novinho, caro, o último presente de minha
madrinha. Mas eu não quis ouvir a minha mãe e fui com o relógio.
A lua cheia parecia um farol. Pegamos um caminho pela mata
adentro e chegando próximo de uma gruta, cheia de árvores em torno, o cachorro
disparou a latir. Foi uma latição...
Quando vimos, era um tatu, que rapidamente entrou num buraco
a cavar. O cachorro deu atrás, latindo, cavando, eu tirei o relógio, pendurei
numa árvore ao lado, dei a enxada pro meu tio e peguei a iluminar com a
lamparina. Foi uma loucura... O cachorro pulava, latia, cavava e meu tio ali,
juntinho. Cav de cá, puxa de lá e... Pegamos o tatu. Que tatu! Era uma beleza.
Nunca havia caçado um tatu tão grande e bonito. Satisfeitos, botamos o tatu no
saco e voltamos para casa.
Quando chegamos em casa foi aquela festa. Minha mãe se
admirava do tamanho e da beleza do tatu. Mas a alegria só durou até eu me
lembrar que tinha esquecido o relógio no meio do mato. Que tristeza... Chorei,
mas chorei muito. O pior era que eu nem sabia onde era o local certo que tinha
deixado o relógio. Eram tantos caminhos, tantas árvores... Fiquei tão triste
que nem queria mais caçar.
Alguns anos depois, mais ou menos três anos, este mesmo tio
volta aqui para Madalena para passar férias. E ficava insistindo:
Vamos fazer uma caçada como aquela que fizemos da última vez
que eu estive aqui?
Mas eu falava para ele que depois daquela vez que eu perdi o
relógio, nunca mais quis caçar. Mas ele insistia muito até dizer que da próxima vez que ele
voltasse a Madalena traria um relógio de presente para mim. Bem, já que era
assim, eu aceitei.
Então tá bom, meu
tio, eu vou sim. Mas eu quero chegar lá de dia só para ver se ainda me lembro
do local onde fizemos aquela última caçada.
Fomos. Chegamos lá ainda de dia. Eu observava atentamente
todos os lugares para ver se reconhecia
o local quando, no alto de uma árvore, avistei uma linda goiaba. Não resisti,
subi na goiabeira. Quando estiquei a mão para alcançar a goiaba, ouvi um
barulhinho assim :
Tic-tac,
tic-tac, tic-tac,...
Quando olhei pro lado, lá estava o meu relógio, inteirinho
“da Silva” olhando para mim.
CONTANDO CAUSOS
Todas as noites, na hora de deitar, eu pedia que a minha
filha rezasse a “Ave-Maria”.
E ela Contritamente, rezava:
Ave-Maria, cheia de graça...
Quando chegava no pedacinho que diz: “Agora e na hora de
nossa morte. Amém”, ela dizia:
“Agora e na hora de dormir. Amém”.
Eu insistia para que ela falasse o certo.
Com a maior firmeza eu ouvia essa resposta:
Mamãe, eu não vou morrer agora.
Agora, eu só vou dormir...
O EXCESSO DE
VELOCIDADE
O Guarda avistou lá de longe um carro vindo a mil por hora.
Sobe na moto, persegue o carro e manda o motorista parar no acostamento.
Desculpe policial ! É
que eu sou malabarista e estou atrasado para apresentação, alega o motorista.
Malabarista ? Prova aí, então - diz o guarda.
O cara puxa do carro bastões, bolas e argolas e começa a
fazer seu show: equilibrando, dando piruetas e fazendo mil malabarismos.
Neste momento para outro carro com o motorista cheio de
cana. O bêbado olha a cena e se espanta:
Puxa, o teste do bafômetro está ficando cada vez mais
complicado...
A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo
dia ela passava pela fronteira com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal
da alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela
vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal perguntou assim a ela:
Escuta aqui
vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco atrás. Que diabo a
senhora leva nesse saco ?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais
outros, que adquirira no odontológico, e respondeu:
É areia !
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma
e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco e dentro só tinha
areia. Muito encabulado, ordenou a velhinha que fosse em frente. Ela montou na
lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha
passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No
dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou
parar outra vez.
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que
era areia, uai
O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o
fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era
areia.
Diz que foi aí que o fiscal se “chateou”:
Olha, vovozinha, eu
sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de
contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
Mas o saco só tem
areia ! _ Insistiu a velhinha. E já ia
tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
Eu prometo à senhora
que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a
ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está
passando por aqui todos os dias ?
O senhor promete que
não “espaia ?”_ quis saber a velhinha.
Juro - respondeu o
fiscal.
É lambreta.
A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo
dia ela passava pela fronteira com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal
da alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela
vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal perguntou assim a ela:
Escuta aqui
vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco atrás. Que diabo a
senhora leva nesse saco ?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais
outros, que adquirira no odontológico, e respondeu:
É areia !
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma
e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco e dentro só tinha
areia. Muito encabulado, ordenou a velhinha que fosse em frente. Ela montou na
lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha
passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No
dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou
parar outra vez.
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que
era areia, uai
O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o
fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era
areia.
Diz que foi aí que o fiscal se “chateou”:
Olha, vovozinha, eu
sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de
contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
Mas o saco só tem
areia ! _ Insistiu a velhinha. E já ia
tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
Eu prometo à senhora
que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a
ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está
passando por aqui todos os dias ?
O senhor promete que
não “espaia ?”_ quis saber a velhinha.
Juro - respondeu o
fiscal.
É lambreta.