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CAUSOS

CONTE COISA QUE SE CREIA
  
Meu avô materno, dono de um Hotel em Teresópolis, costumava reunir os “coronéis da região” para um bom vinho, guloseimas gostosas e um bom joguinho.
Nessas ocasiões, os “contadores de casos” proliferavam. Entre eles, havia um tido como “meio mentiroso, contador de vantagens” e, só acreditavam nele, quando ele chamava a seu favor, para confirmar o fato narrado, seu leal empregado o Machadinho, tido por todos como homem sério, honesto, muito íntegro.
E foi numa dessas ocasiões que o coronel Chico contou:
Estava caçando quando avistei a caça bem próxima! preparei a espingarda, apontei, mas me lembrei que só possuía uma bala. Fiquei quieto, aguardando a melhor oportunidade e... zás! Peguei a caça pelo pé e pela orelha!
O grupo caiu na risada!
Conte outra, essa não!
O “coronel Chico” não se perturbou e chamou o Machadinho, que sempre o acompanhava, para mostrar como a caça havia sido apanhada. Com muito esforço, o pobre empregado demonstrou a complicada posição e todos aplaudiram o “coronel”.
Terminada a reunião, Machadinho, com todo o respeito, chegou-se ao patrão e disse:
 “Sinhôzinho qué contá,
conte coisa Qui si creia;
Eu me vi intrapaiado
Pra juntá os pé com as zorelha




CRIME EM MADALENA

Dr. Nelson  Pena ,importante médico de Niterói, que trabalhava no Hospital Azevedo Lima, filho de Francisco Soares Pena, costumava passar suas férias em Madalena. Numa dessas ocasiões, vindo para Madalena à cavalo, teve a surpresa de ser recebido por uma tocaia, nos arredores da Serra da Grama. Na ocasião foi morto seu pai, na época candidato a deputado pelo a deputado pelo PTB.
Passa o tempo, corre o progresso, existem vários implicados e, afinal de contas, houve o júri.
Então, na virada do dia 30 de outubro de 1929, à meia noite terminava a reunião do tribunal de júri que absolveu os criminosos. Um se chamava Manoel Soares, posteriormente assassinado na Vargem do Imbé. Outro, que era parente de pessoas de Madalena, foi morar em guapimirim.
Ainda no júri o juiz mandou os guardas fazerem revista em Santiago Pena, filho mais velho da vítima, que abertamente dizia que ia se vingar da morte do pai, mas não encontraram nenhuma arma.
E finalmente com o término do júri, na rua cheia de curiosos ouviu-se uma voz gritar:
Maldito júri de Madalena!
Era o Santiago que arrancando um revólver disparou três tiros. Um  pegou na fivela do correia de um dos criminosos, Manoel Soares. O outro tiro pegou de raspão no outro implicado e foi atingir o joelho de uma das pessoas que estavam assistindo ao júri, Sr Edite Cascabulho.
No meio da confusão o Sr Antônio Torres Filho, pai de Antoninho Dias Torres Jr., que estava lá, saiu correndo pela rua direita abaixo. Ele que era completamente surdo, entra no bar de Rivaldo e diz assim:
Gente, está acontecendo um tiroteio danado lá na porta da prefeitura, eu vim correndo com medo de sobrar para mim. Já tem um caído, e tem mais ferido.Olharam para ele e disseram:
Mas o que é isso na sua perna ? Era uma bala que tinha atravessado a partemole da barriga de sua perna e ele nem percebeu de tanto medo.
Eram advogados de defesa dos réus o Dr Ataliba Fajardo, Dr Melquides Picaço e o Dr Camilo Nogueira Gama, que também fugiram na hora do tiroteio com medo de serem atingidos. Ataliba subiu a ladeira da Estação, veio descer a rua Rodolfo Rodrigues e se escondeu na casa de João Americano, em frente a casa de Anézio Feijó O Dr Melquides subiu correndo e entrou na casa de Mário Vilinha, na rua Coronel Souza Lima e se escondeu embaixo de uma cama. O Dr Camilo Nogueira correu, subiu em telhados e saltou no quintal do Hotel Brás, em frente a prefeitura, bateu na porta e entrou encontrando inúmeras pessoas que também buscavam fugir da confusão.      
Batem na porta novamente, era o Dr Melquides Picanço procurando por  Dr Camilo:
Dr Camilo, o Ataliba sumiu, me examina por favor. Acho que estou ferido, olha aqui atrás. Deve ser grave, este sangue fede..


CHACOTA DE JORNAL
              
Veio para Madalena um advogado chamado Dr Barbosa, doente de pulmão para tratar-se com Dr Matos Pitombo. Após os cuidados administrados pelo médico, o advogado ficou curado. Médico e advogado tornaram-se amigos a ponto do advogado vir a enamorar-se e casar-se com a filha de Dr Matos Pitombo. Deste casamento nasceram as duas filhas do casal: Maria José e Germana. O advogado tornou-se jornalista em Madalena e criou o jornal  “Correio de Madalena”. Nesta mesma época havia em Madalena um outro jornal de Sacrovi de Lauro. Lauro Filho sempre escrevia em seu jornal crônicas políticas que faziam criar polêmicas com Dr Barbosa. De um lado Dr Barbosa apoiava a política vigente e do outro, Lauro Filho fazia suas críticas.
Certa vez, por ocasião do aniversário de sua filha Betralda de Laura, Lauro resolveu escrever um quadrinha para homenageá-la. Escreveu assim:
Rosas, rosas, rosas                                        
Rosas do meu jardim                                   
Rosas, rosas, rosas                                        
Rosas plantadas por mim.
A quadrinha escrita por Lauro Filho além de ser muito vaga não fazia o menor sentido como homenagem do aniversário da filha. Então, Dr Barbosa como crítico, além da polêmica que mantinha com Lauro Filho, escreveu em seu jornal:                                                 
 Rabicho, rabicho, rabicho                          
Rabicho do meu selim                 
Rabicho, rabicho, rabicho                           
Posto no Lauro por mim.   




EU NÃO QUER MAMAR


                Antigamente existia uma linha de ônibus aqui em Madalena que pertencia ao Sr. Arlindo.
Um dia, Cabeleia ( antigo morador do município) contou que pegou este ônibus, indo com destino a Niterói.Quando o Ônibus passou pela localidade de Manoel de Moraes, um casal fez sinal para  ônibus. O ônibus  parou e entrou um sujeito negro, alto e forte, com uma mulher e uma criancinha de colo.Muito educado, Cabeleira levantou-se de seu lugar para cedê-lo à mulher com a criancinha de colo.
Quase chegando em São Sebastião do Alto, a criancinha começou a chorar.Com muita naturalidade a mulher tirou o seio e colocou na boca da criança, que começou a mamar. Cabeleira disse que botou os olhos naquela cena e ficou só observando.
O marido, já irritado com o olhar fixo de Cabeleira, disse:
Você também quer mamar?
E Cabeleira respondeu:


Não,obrigado, acabei de chupar manga...



 NEM TUDO QUE RELUZ É OURO

 Uma moça muito rica, vinha sempre passar suas férias aqui em Madalena, convidada por uma família muito importante. Era uma jovem muito vaidosa e que gostava de ostentar sua riqueza em belíssimas jóias que não retirava nem para se banhar nas águas do Rio Grande- coisa que ela mais gostava de fazer quando chegava em Madalena Numa certa ocasião, quando veio para Madalena passar as férias, a jovem perdeu um de seus mais belos e valiosos anéis durante um mergulho. Convocou todos os serviçais e escravos da Fazenda para mergulharem a procura do anel. Infelizmente, mesmo após muitas buscas, o anel não foi encontrado.  Meses depois, ao retornar para passar um final de semana, a jovem mergulhou nas águas do rio, mas dessa vez sem nenhuma joia  ainda lembrando do dia em que perdeu seu belíssimo anel. Observava atentamente o movimento dos pescadores e de suas redes, a luta dos peixes para tentarem se livrar da morte e as mulheres, que cantando, aproveitavam a água do rio para limpar os  peixes maiores, quando de repente se surpreendeu com o grito da moça que havia perdido o anel:            
Venham ver o que eu achei
A jovem, indagou dos presentes:          
Adivinhem o que tem dentro do bucho do piau?                                                       
Eles responderam:                                       
O anel de brilhantes.                 
E  ela respondeu:                                          
Não, “titica”.




PARA QUEM ACREDITA EM SACI...      



       Joaquim morava no Horto Frutícola de Madalena e tinha uma filha que era tuberculosa. Muito triste com o estado de saúde dela, Seu Quincas, como era conhecido, foi para Rancho da Paz com uma turma grande, a fim de se distrair um pouco. Algum tempo depois de Ter saído, sua filha faleceu e mandaram um empregado de nome Ari ir ao encontro de Seu Joaquim, no rancho onde ele ia passar a noite para entregar-lhe um bilhete avisando que a filha havia morrido.                                                       Neste ínterim, no Rancho da Paz, os homens reunidos contavam casos sobre saci. Seu Joaquim disse assim:                  -- Vocês são bobos mesmo. Ficam com medo de história de saci. Saci foi um personagem criado por Monteiro Lobato, não existe! -- Seu Joaquim, não abusa, não- disse um dos homens.                                           Joaquim, desafiante, chegou na porta e gritou:                                                    -- Saci ! Saaaciiiii !                            
       Os homens todos pediam para ele parar com aquela gritaria, pois era perigoso, mas ele continuava.                Na mesma hora, do meio da mata ouviu-se um grito:                                              -
- Oooooiiiiiii !                               
Aí, o pessoal ficou com medo. Uns encontraram embaixo da tarimba, outros se tapavam com cobertores. Seu Joaquim ainda não acreditando no que estava acontecendo, gritou de novo:               
-- Saci ! Saaaciiiiii !                                  
E a resposta veio do outro lado do córrego:                                                             
Ooooiiiii, patrão, to chegando !   Quando Ari atravessou o rio e encontrou os amigos, ficou muito atrapalhado. Joaquim estava petrificado como uma estátua, os homens tinham desaparecido e Ari ficou parado também, com o braço esticado para lhe entregar o bilhete.                                            






EMBARALHANDO  ESQUERDA COM DIREITA

Meu avô paterno, então Major do Exército, servia com o General Rondon na abertura de estradas pelos sertões bravios do nosso Brasil. Lá pelas tantas, acamparam. Aparece, então, a ordenança de meu avô, bastante transtornado:
Major, não aguento mais! O Cabo Sampaio  não consegue entender a mais simples ordem, não sabe o que é direita ou esquerda!
Chame o Cabo Sampaio aqui. Eu cuido disso, disse vovô.
E, com muita calma e paciência, foi dando ao Cabo Sampaio as noções de esquerda e direita, que, eufórico, parecia entender tudo.
Vovô já ia dando a “aula” por encerrada, quando resolveu, meio desconfiado, fazer o último teste.
Cabo, preste muita atenção. Este é o último teste para que eu possa considerá-lo apto!
E girou seus braços e mãos vigorosamente.
Agora diga Cabo Sampaio, qual é o meu braço direito e qual o esquerdo?
Major, me desculpa, mas agora não dá. O senhor baralhou tudo...!!



 CAÇA AO TATU.
LUCRO OU PREJUÍZO?

Eu tinha uns 13 para 14 anos, quando um tio meu de São Gonçalo veio passar uns dias de férias em Madalena, comigo e minha mãe. Fazia uma bela noite de lua cheia e ele disse:
Ah, que vontade de matar a saudade de caçar tatu. Vamos comigo, meu sobrinho, a gente arranja um cachorro para ir junto?
E eu disse:
Vamos sim, meu tio, a noite de lua ta muito boa  para caçar tatu, e esse cachorro é um excelente caçador. Só não pode bobear porque ele mata tatu à toa, destrói nem deixa a gente comer ...
Então , resolvemos ir. Arrumamos as coisas para a caçada, enxadão, lamparina e tudo mais. A lua estava cheia e linda. Quando já íamos saindo, minha mãe falou:
Filho não vá de relógio, não. Deixa ele aqui em casa.
O relógio era novinho, caro, o último presente de minha madrinha. Mas eu não quis ouvir a minha mãe e fui com o relógio.
A lua cheia parecia um farol. Pegamos um caminho pela mata adentro e chegando próximo de uma gruta, cheia de árvores em torno, o cachorro disparou a latir. Foi uma latição...
Quando vimos, era um tatu, que rapidamente entrou num buraco a cavar. O cachorro deu atrás, latindo, cavando, eu tirei o relógio, pendurei numa árvore ao lado, dei a enxada pro meu tio e peguei a iluminar com a lamparina. Foi uma loucura... O cachorro pulava, latia, cavava e meu tio ali, juntinho. Cav de cá, puxa de lá e... Pegamos o tatu. Que tatu! Era uma beleza. Nunca havia caçado um tatu tão grande e bonito. Satisfeitos, botamos o tatu no saco e voltamos para casa.
Quando chegamos em casa foi aquela festa. Minha mãe se admirava do tamanho e da beleza do tatu. Mas a alegria só durou até eu me lembrar que tinha esquecido o relógio no meio do mato. Que tristeza... Chorei, mas chorei muito. O pior era que eu nem sabia onde era o local certo que tinha deixado o relógio. Eram tantos caminhos, tantas árvores... Fiquei tão triste que nem queria mais caçar.
Alguns anos depois, mais ou menos três anos, este mesmo tio volta aqui para Madalena para passar férias. E ficava insistindo:
Vamos fazer uma caçada como aquela que fizemos da última vez que eu estive aqui?
Mas eu falava para ele que depois daquela vez que eu perdi o relógio, nunca mais quis caçar. Mas ele insistia  muito até dizer que da próxima vez que ele voltasse a Madalena traria um relógio de presente para mim. Bem, já que era assim, eu aceitei.
Então tá bom,  meu tio, eu vou sim. Mas eu quero chegar lá de dia só para ver se ainda me lembro do local onde fizemos aquela última caçada.
Fomos. Chegamos lá ainda de dia. Eu observava atentamente todos  os lugares para ver se reconhecia o local quando, no alto de uma árvore, avistei uma linda goiaba. Não resisti, subi na goiabeira. Quando estiquei a mão para alcançar a goiaba, ouvi um barulhinho assim :
Tic-tac, tic-tac, tic-tac,...
Quando olhei pro lado, lá estava o meu relógio, inteirinho “da Silva” olhando para mim.      




CONTANDO CAUSOS

Todas as noites, na hora de deitar, eu pedia que a minha filha rezasse a “Ave-Maria”.
E ela Contritamente, rezava:
Ave-Maria, cheia de graça...
Quando chegava no pedacinho que diz: “Agora e na hora de nossa morte. Amém”, ela dizia:
“Agora e na hora de dormir. Amém”.
Eu insistia para que ela falasse o certo.
Com a maior firmeza eu ouvia essa resposta:
Mamãe, eu não vou morrer agora.
Agora, eu só vou dormir...




 O EXCESSO DE VELOCIDADE

O Guarda avistou lá de longe um carro vindo a mil por hora. Sobe na moto, persegue o carro e manda o motorista parar no acostamento.
Desculpe policial !  É que eu sou malabarista e estou atrasado para apresentação, alega o motorista.
Malabarista ? Prova aí, então - diz o guarda.
O cara puxa do carro bastões, bolas e argolas e começa a fazer seu show: equilibrando, dando piruetas e fazendo mil malabarismos.
Neste momento para outro carro com o motorista cheio de cana.  O bêbado olha a cena e se espanta:


Puxa, o teste do bafômetro está ficando cada vez mais complicado...

 

A VELHA CONTRABANDISTA

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela  vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal perguntou assim a ela:
 Escuta aqui vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco ?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que adquirira no odontológico, e respondeu:
 É areia !
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou a velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai
O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se “chateou”:
 Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
 Mas o saco só tem areia ! _ Insistiu a  velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
 Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias ?
 O senhor promete que não “espaia ?”_ quis saber a velhinha.
 Juro - respondeu o fiscal.
 É lambreta.










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